A régua que você usava quebrou

Vida & Lucros | Edição #052

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Esses dias, me peguei irritado comigo mesmo.

Não por estar indo mal, mas porque eu não sabia mais se estava indo bem.

Sabe aquela sensação esquisita de estar entregando, produzindo, marcando presença, mas ainda assim sentir um desconforto silencioso no fundo da mente?

Foi num desses dias que me caiu a ficha: a régua que eu tava usando quebrou.

E mesmo assim, eu ainda tentava usá-la, como se ela continuasse fazendo sentido.

Como se ainda medisse o que de fato importava.

A régua antiga era simples: eu queria ter a maior carteira da empresa.

Um objetivo direto, fácil de entender, fácil de acompanhar.

Quinhentos milhões de reais sob assessoria.

Depois, um bilhão.

Era isso que eu dizia pra mim mesmo, e pra quem perguntasse.

E por muito tempo, foi o que me movia.

E eu preciso ser justo: essa régua, no início da carreira, funcionou bem. 

Foi ela que me tirou da sombra, me fez aparecer, me deu energia quando tudo era incerteza.

Ela me ajudou a me validar pra mim mesmo — e isso não é pouca coisa.

Meu primeiro ano e meio como assessor foi extremamente difícil.

Era raro conseguir um cliente grande.

Ainda mais raro ver a carteira crescer.

Os primeiros cinco milhões pareciam inalcançáveis.

Eu via os outros andando e pensava: “Será que eu nasci pra isso mesmo?”

Teve mês que a vontade era largar tudo.

Mas aí, ao final do segundo ano, a virada aconteceu: saltei de quase 5 pra 80 milhões.

E aquilo mudou tudo.

Me deu a certeza de que eu estava no caminho certo.

Me deu fôlego.

Me deu ânimo.

E, claro, me deu reconhecimento.

Passei a ser conhecido na empresa.

As pessoas enfim sabiam quem eu era.

Queriam me conhecer.

Perguntavam pela minha história.

Queriam saber como eu tinha feito.

Aquilo era combustível puro.

E eu fui com tudo.

A régua antiga, ali, tinha seu papel.

Era um instrumento legítimo de progresso.

Mas o tempo passou.

E o que antes era direção virou distração.

O que antes era meta virou vício.

E a carteira... começou a virar ego.

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Eu comecei a crescer por crescer.

A aumentar os números sem questionar o impacto.

A medir minha relevância pelo tamanho da carteira, não pela transformação que eu gerava com ela.

E foi aí que a régua começou a me atrapalhar.

Porque metas, quando não têm uma âncora estratégica, viram armadilhas.

Você pode até crescer, mas não sabe por que.

Ou pior: você pode estar crescendo na direção errada.

Medindo sua performance com base numa régua desatualizada.

Hoje, a meta dos quinhentos milhões continua viva.

E, depois dela, o bilhão. 

Esses números seguem na minha cabeça, nos meus planos, nos meus cálculos.

Mas o motivo pelo qual eu os persigo mudou completamente.

Antes, era pra provar algo.

Hoje, é pra sustentar algo.

Antes, era sobre ego.

Hoje, é sobre estrutura.

Antes, era sobre ser o maior.

Hoje, é sobre gerar mais resultado — pra mim, pro meu time, pro escritório, pros clientes.

E mais: hoje, bater essa meta representa também uma forma de validação.

Não mais dos meus colegas ou dos rankings internos, mas dos meus próprios clientes.

Quando um cliente mantém o patrimônio comigo, ou traz mais recursos, ou indica alguém, ele está dizendo: “eu confio em você.” 

Isso é, sim, um reflexo do bom trabalho.

Uma régua mais justa, mais coerente, mais profunda.

E mais difícil de conquistar.

A régua nova, que substituiu a antiga, é mais exigente.

Porque ela não mede só volume.

Ela mede a qualidade do relacionamento.

Mede a solidez da entrega.

Mede a clareza do processo.

Mede a constância, o caráter, a visão de longo prazo.

E quer saber?

Ela me cobra mais.

Porque agora eu não posso me esconder atrás de um número.

Não adianta ostentar uma carteira bilionária se os clientes não sentem que estão sendo bem cuidados.

Não adianta bater metas se, por trás delas, existe desorganização, falta de clareza ou um time exausto.

Essa mudança de régua, pra mim, não foi um momento.

Foi um processo.

Uma transição silenciosa entre fases.

Teve dia em que eu achei que estava ficando mole.

Que tinha perdido o tesão pela meta.

Que talvez eu tivesse me acomodado.

Mas a verdade é que eu só não estava mais satisfeito em crescer por crescer.

Eu queria entender o porquê e o pra quê do crescimento.

Quando você troca de régua, o mundo ao seu redor demora pra entender.

Tem gente que acha que você recuou.

Que perdeu ambição.

Que ficou “filosófico demais”.

Mas só você sabe que o que tá acontecendo é o oposto: você está ficando mais exigente, mais criterioso, mais focado.

Crescer com qualquer régua é fácil.

O difícil é crescer do jeito certo.

E isso vale pra tudo.

Vale pra corpo — quando você percebe que o número na balança importa menos que a sua disposição, sua saúde, sua constância, seu percentual de gordura.

Vale pra relacionamento — quando você para de medir pelo “status” e começa a medir pela profundidade das conversas, pelo apoio mútuo, pela paz.

Vale pra produtividade — quando você entende que não é sobre fazer muito, mas sobre fazer o que de fato move o ponteiro.

E vale, claro, pra dinheiro — quando você percebe que lucrar muito sem saber onde isso te leva é só uma forma cara de se perder.

Essa reflexão tem me acompanhado em várias áreas da vida.

E tem me feito olhar com mais cuidado pras réguas que ainda carrego.

Tem régua que a gente herda sem perceber.

Que vem da criação, da cultura, da comparação.

E a gente vai medindo a vida inteira por elas, sem nunca se perguntar se elas ainda servem.

Às vezes, é uma régua de produtividade: “quem chega mais cedo e sai mais tarde é o melhor.”

Às vezes, é uma régua de status: “quem tem mais seguidores é mais relevante.”

Às vezes, é uma régua de aparência: “quem tá com shape seco é mais disciplinado.”

Mas será que isso tudo ainda é verdade?

Será que isso tem a ver com a vida que eu quero construir?

Essas perguntas são desconfortáveis.

Porque nos obrigam a revisar critérios que nos trouxeram até aqui.

E tem um certo apego nisso.

A gente não quer abandonar a régua que nos guiou até o presente.

Parece uma traição.

Um desrespeito ao esforço que fizemos.

Mas a verdade é que, muitas vezes, a régua que nos trouxe até aqui é a mesma que nos impede de ir além.

Eu não tô dizendo que metas são ruins.

Muito pelo contrário.

Eu amo metas.

Eu preciso de metas.

Elas me movimentam.

Me disciplinam.

Me mantêm no jogo.

Mas o que eu aprendi — e sigo aprendendo — é que a meta certa só faz sentido com a régua certa.

Não é sobre parar de medir.

É sobre medir melhor.

Não é sobre baixar a régua.

É sobre alinhar a régua com a direção que você quer seguir.

E sim, dá trabalho.

Porque a régua nova é mais difícil de mostrar pros outros.

Ela não brilha tanto.

Ela exige mais de você.

Ela vai contra a corrente de métricas vazias e comparações baratas.

Mas ela te liberta.

Porque você começa a jogar o seu próprio jogo.

E começa a crescer por dentro, não só por fora.

Hoje, quando eu olho pra minha meta de um bilhão de reais sob assessoria, eu não penso mais em ser “o maior”.

Eu penso em ser melhor.

Melhor pra mim, porque quero colher os frutos do que estou plantando.

Melhor pros meus clientes, que confiam em mim pra cuidar de uma parte sensível da vida deles.

Melhor pro meu time, que conta com meu exemplo, com minha constância, com minha visão.

Melhor pro escritório, que precisa de líderes comprometidos com o todo, e não só com o próprio ego.

Essa é a régua que me move agora.

E se ela vai quebrar um dia?

Provavelmente sim.

E tudo bem.

Porque o crescimento real exige, de tempos em tempos, que a gente troque de régua.

O importante é não medir a vida com régua alheia.

Nem seguir perseguindo metas antigas com os olhos fechados.

Então, se você anda se sentindo perdido, frustrado, ou simplesmente desconectado dos próprios resultados, talvez a pergunta não seja “por que as coisas não estão funcionando?”, mas sim:

“Com que régua eu tô medindo isso tudo?”

E principalmente:

“Essa régua ainda serve pra mim?”

Às vezes, o problema não é a direção.

Não é o esforço.

Não é o objetivo.

Às vezes, o problema é só a régua errada.

E trocar de régua, por mais difícil que seja, pode ser exatamente o que te leva pro próximo nível.

Até a próxima,

Gus

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