A riqueza da simplicidade

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Quanto dinheiro realmente precisamos para viver uma vida feliz?

Essa pergunta, que parece simples, carrega camadas de complexidade.

Em um mundo onde somos constantemente incentivados a querer mais – mais dinheiro, mais bens, mais status – é fácil perder de vista o que realmente importa.

Estou em Pernambuco esta semana, numa viagem planejada há mais de um ano, para o casamento da minha irmã.

Essa reflexão me veio ontem, enquanto passava a tarde na casa do primo do meu cunhado, em uma praia nos arredores de Recife.

Rodeado pela beleza natural, com um peixe delicioso na churrasqueira, envolto em folha de bananeira, com a brisa do mar e o som das ondas ao fundo, conversei com pessoas que vivem uma vida que muitos chamariam de "simples".

Têm suas rotinas de trabalho, sim, mas sem a pressão incessante de enriquecer a qualquer custo.

Para elas, riqueza significa outra coisa: tempo para si mesmos, liberdade de escolhas e o privilégio de viver em harmonia com a natureza.

Observando aquele cenário, percebi que eles já têm tudo o que precisam.

Não se trata de uma apologia à vida sem ambição, mas de um convite à reflexão:

Por que estamos constantemente nos pressionando a conquistar mais? 

Ao buscar cifras maiores e um custo de vida mais elevado, estamos sacrificando coisas essenciais, como saúde, paz de espírito e liberdade?

Qual é o preço que estamos dispostos a pagar pela tão desejada "riqueza"?

Vale a pena viver em função de metas financeiras que ultrapassam nossas necessidades reais?

E mais: viver de forma mais simples – mesmo quando podemos gastar mais – não nos oferece algo muito mais valioso, como tranquilidade financeira no futuro e liberdade no presente?

O tema da simplicidade é tão antigo quanto relevante. Não se trata de abdicar do conforto ou da segurança, mas de reconsiderar o que realmente é suficiente para uma vida digna e plena.

Como disse Gustavo Cerbasi, a riqueza de uma vida simples pode nos libertar da pressão do consumo excessivo e trazer paz e propósito.