Com amor, van Gogh

Vida & Lucros | Edição #039

Filme disponível no Amazon Prime Vídeo

Esta semana, assisti a um filme que mexeu profundamente comigo.

"Com amor, van Gogh" (“Loving Vincent”, no original) é uma obra-prima em todos os sentidos da palavra.

Ele foi feito inteiramente com pinturas, como se cada cena fosse um quadro pintado à mão.

Mais de 100 artistas participaram desse trabalho incrível.

A história é sobre um jovem chamado Armand Roulin, que, um ano depois da morte de Vincent van Gogh (1853-1890), tenta entregar uma carta do pintor ao seu irmão, Theo van Gogh.

No caminho, ele descobre mais sobre quem foi van Gogh.

O filme me fez pensar em como algumas pessoas fazem coisas fantásticas, mas não são valorizadas enquanto estão vivas.

Van Gogh, por exemplo, pintou mais de 2 mil quadros, mas vendeu apenas um enquanto estava vivo.

Esse quadro, chamado "A Vinha Encarnada", foi vendido pouco antes da morte dele.

A Vinha Encarnada, de Vincent van Gogh (1888). Sua única peça vendida em vida.

Hoje, suas pinturas valem milhões de dólares e são conhecidas no mundo todo.

Mas, durante a vida, ele passou fome e isolamento, sofreu preconceito e foi considerado louco.

Fui procurar outros exemplos e descobri que não foi só van Gogh que viveu isso.

A poetisa Emily Dickinson, uma das poetisas mais conhecidas do mundo, publicou pouquíssimos poemas enquanto viva.

Seus escritos falavam de temas profundos como a vida, a morte e a natureza, e ela optou por viver reclusa, guardando centenas de poemas que só foram descobertos e publicados após sua morte.

Nikola Tesla, que fez várias descobertas importantes sobre eletricidade, morreu pobre e esquecido.

Ele foi o gênio por trás da corrente alternada, do motor elétrico e até de ideias visionárias como a transmissão de energia sem fios, mas sofreu com a falta de apoio financeiro e o apagamento de seu legado durante a vida.

Franz Kafka, autor de livros famosos hoje, achava que seus textos não eram bons e pediu que destruíssem tudo depois que ele morresse.

Obras como “A Metamorfose” e “O Processo”, que exploram temas de alienação e burocracia opressora, só foram publicadas porque seu amigo Max Brod desobedeceu a esse pedido.

Essas histórias mostram como é comum as pessoas só serem reconhecidas pela sociedade muito tempo depois de terem partido.

Por que isso acontece?

Talvez seja porque o que é diferente assusta.

Van Gogh pintava de um jeito que ninguém mais fazia.

Suas pinceladas eram fortes, e suas cores chamavam muito a atenção.

Na época dele, isso era estranho.

O mesmo aconteceu na ciência e na música.

Galileu Galilei, por exemplo, foi criticado por dizer que a Terra gira em torno do Sol.

Ele enfrentou a Igreja e foi condenado pela Inquisição, passando os últimos anos de sua vida em prisão domiciliar, mesmo com suas ideias se provando corretas com o tempo.

Na música, Igor Stravinsky compôs a obra chamada "A Sagração da Primavera", que hoje é considerada um clássico.

Quando estreou, em 1913, a obra provocou tumulto, confusão e escândalo por seus ritmos inusitados, harmonias dissonantes e a coreografia ousada, mas se tornou uma influência revolucionária na música e na dança moderna.

É normal ter medo do que é novo, mas esse medo pode impedir que reconheçamos coisas importantes.

Também precisamos olhar ao nosso redor e valorizar as pessoas e as ideias que temos por perto.

Lembro de um colega da escola que teve uma ideia muito criativa para resolver um problema, mas quase ninguém deu atenção.

Só depois de um tempo percebemos como aquilo era útil.

Além dessa, me vem à mente várias vezes em que ignorei algo bom porque estava distraído ou não prestei atenção.

Talvez você conheça alguém agora mesmo que faz algo incrível, mas que não está sendo reconhecido.

Van Gogh também ensina muito sobre persistência.

Mesmo com tantos problemas, ele continuou pintando.

Ele não fazia isso para ser famoso, mas porque amava a arte.

Nem sempre o mais importante é o reconhecimento dos outros, mas sim acreditar no que fazemos e ter paixão pelo nosso trabalho.

Por outro lado, não devemos pensar que é preciso sofrer para criar algo bom.

Muitas pessoas acreditam que o sofrimento traz inspiração, mas isso não é verdade.

Condições saudáveis ajudam muito mais a criatividade.

Em vez de glorificar a dor, devemos apoiar quem está ao nosso redor, dar espaço para que ideias cresçam e reconhecer o talento de outros.

Isso também se aplica aos investimentos — e não só de dinheiro.

Investimos nosso tempo, energia e atenção em muitas coisas.

Precisamos aprender a valorizar o que é importante agora, em vez de esperar que o tempo nos mostre o que deixamos de lado.

Depois de assistir ao filme, senti vontade de aprender mais sobre van Gogh.

Sua vida é um exemplo de empatia e de como devemos olhar além das aparências.

Precisamos valorizar o que é único, mesmo que pareça diferente ou estranho.

Hoje, também temos exemplos de pessoas que vivem suas verdades e seguem seus sonhos mesmo enfrentando dificuldades.

Uma delas é Malala Yousafzai, uma jovem ativista paquistanesa que continua lutando pelo direito das meninas de estudarem, mesmo depois de sofrer um atentado em 2012, quando tinha apenas 15 anos.

O ataque aconteceu porque ela desafiava o regime do Talibã, que proibia a educação para meninas em sua região.

Malala sobreviveu e se tornou um símbolo global da luta por igualdade na educação.

Em 2014, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se a pessoa mais jovem a conquistar essa honraria.

Assim como van Gogh, ela inspira o mundo com sua coragem.

Van Gogh não foi reconhecido em vida, mas deixou um presente eterno para o mundo.

E nós também podemos fazer isso: criar, contribuir e valorizar uns aos outros enquanto ainda temos tempo.

Olhe para o lado.

Preste atenção.

Reconheça.

Se reconheça.

Até a próxima,

Gus

Quer a minha ajuda?

Se quiser a minha assessoria para te ajudar com seus investimentos, responda esse e-mail ou me mande um direct pelo Instagram @ogustavopedroso.

Será um prazer estar junto com você nessa jornada!

📰 Newsletters que eu recomendo!

  • Alquimia da Mente (por Henrique Carvalho - HC): Após 15 anos no mercado digital, HC resolveu revelar os modelos mentais e de negócio que permitiram a ele faturar mais de R$ 25 milhões. Ele vai te ensinar a criar e monetizar sua audiência na Nova Era da comunicação usando o poder das Newsletters.

  • Market Twists & Turns by BraVoCycles Newsletter: Escrita pelo Dr. Branimir (Brana) Vojcic, Professor Emérito, ex-Presidente do Departamento de ECE da GWU, CEO e Cofundador da LN2 e Presidente da Xplore Wireless, LLC, essa newsletter conta com seu entusiasmo científico e experiência em ciclos, acumulados em seus mais de 30 anos de experiência em análise fundamentalista e técnica dos mercados financeiros, trazendo insights sobre o comportamento do mercado de ações e as oportunidades do momento.

  • Trendline: Entenda tendências importantes em Negócios e Investimentos por meio de gráficos visuais e infográficos. E-mails curtos e nítidos (2 minutos de leitura) enviados uma vez por semana.

🧠 Meu download mental

(1) O que estou lendo agora? 📕

(2) Me assista tocando essa música 🪕

(3) O que estou assistindo? 🎥 

  • Com amor, van Gogh

    Uma animação pintada a óleo. Um jovem chega à cidade natal de Vincent van Gogh para entregar a carta final do artista problemático e acaba investigando seus últimos dias lá. Tão notável quanto as pinturas brilhantes de Vincent são sua vida apaixonada e malfadada e sua misteriosa morte.

(4) O que estou ouvindo? 🎧

Como você avalia a edição da newsletter hoje?

Seu comentário é fundamental para melhorar os conteúdos que escrevo para você.

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

Reply

or to participate.