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Conforto maldito
Vida & Lucros | Edição #048

Autonomia sem responsabilidade e a incerteza sobre o que fazer com a liberdade conquistada.
O conforto é traiçoeiro.
Ele se instala sem alarde, como um veneno que age devagar.
No começo, parece um prêmio merecido pelo esforço do passado.
Você trabalhou, fez por merecer, e agora pode respirar um pouco.
Mas se não tomar cuidado, esse "alívio" vira um freio de mão puxado na sua carreira.
O aluno que estudava como louco para o vestibular, depois de aprovado, relaxa.
O atleta que treinava com obsessão para ganhar uma medalha, depois da conquista, desacelera.
O profissional que batalhou para ganhar mais, quando finalmente tem um salário um pouco melhor, começa a diminuir o ritmo.
A pessoa que antes corria, agora anda.
O que antes era urgência, vira "quando der".
Atrasos começam a acontecer.
O tempo de almoço aumenta, o café se estende.
A sensação de pressão desaparece, e com ela, a necessidade de correr atrás.
E aí vem o grande erro: ele ainda está longe da vida que queria, mas age como se já tivesse chegado lá.
O conforto tem esse efeito colateral: ele pode matar a fome antes da refeição chegar.
A Ilusão da Autonomia
Todo mundo quer liberdade.
Todo mundo quer autonomia.
Pergunte a qualquer profissional o que ele deseja da carreira e, além de um bom salário, você provavelmente ouvirá algo como:
"Quero autonomia para decidir como e quando trabalhar."
"Quero liberdade para organizar meu tempo do jeito que faz mais sentido para mim."
E isso faz todo sentido.
Ninguém gosta de ser tratado como uma engrenagem.
A maioria das pessoas quer ter controle sobre a própria rotina, tomar decisões sem precisar de alguém no cangote supervisionando cada passo.
Mas aqui está o problema: autonomia sem responsabilidade vira uma bomba-relógio.
Autonomia não significa fazer o que quiser, quando quiser.
Autonomia significa que você tem liberdade para produzir mais, entregar mais e crescer mais – e não para relaxar e apenas cumprir o mínimo necessário para não ser mandado embora.
E o que acontece quando uma pessoa recebe autonomia sem entender a responsabilidade que vem junto?
Ela se perde.
Ela começa a enxergar essa liberdade como uma permissão para procrastinar, para enrolar, para não se esforçar tanto.
Em vez de usar a autonomia para multiplicar seus resultados, ela usa para justificar por que não está entregando o que deveria.
Existe uma diferença enorme entre:
Ter autonomia para melhorar sua performance e criar resultados acima da média.
Ter autonomia e usá-la como desculpa para trabalhar pouco, entregar menos e levar a vida no piloto automático.
O que separa um profissional excepcional de um profissional mediano não é simplesmente a capacidade de trabalhar sem chefe.
É o que ele faz com essa liberdade.
Se você tem autonomia e usa isso para se organizar melhor, ser mais produtivo, crescer mais rápido, ótimo.
Agora, se você tem autonomia e usa isso para chegar tarde, sair cedo, passar tempo demais no café e fazer o mínimo para não ser demitido, você não está vivendo autonomia, está abusando dela – e talvez nem perceba.
Porque a autonomia dá uma falsa sensação de segurança.
A pessoa acredita que está no controle, mas na verdade, está cada vez mais distante dos resultados que poderia estar gerando.
Ela começa a achar que pode se dar ao luxo de enrolar porque "ninguém está pegando no pé".
Ela se convence de que "está tudo bem" porque ninguém está cobrando diretamente.
Mas a verdade é simples: quem não entrega resultado, uma hora paga o preço.
E, quando isso acontece, quem abusou da autonomia se sente injustiçado.
Passa a acreditar que foi mal compreendido, que a empresa não reconheceu seu valor, que não teve a chance de mostrar o que realmente pode fazer.
Mas será que não teve a chance?
Ou será que desperdiçou a oportunidade?
Por Que as Pessoas Querem Mais, Mas Não Fazem Nada a Respeito?
Pergunte para qualquer pessoa se ela quer ganhar mais dinheiro, ter mais conforto, viver uma vida melhor.
A resposta será "sim".
Agora, observe quantas dessas pessoas realmente fazem algo para chegar lá.
A maioria não faz.
Elas reclamam do que ganham, dizem que gostariam de uma vida melhor, mas continuam fazendo exatamente as mesmas coisas.
Como se, só pelo fato de estarem ganhando um pouco mais, tivessem conquistado o direito de relaxar.
A vida não funciona assim.
O que separa quem cresce de quem fica para trás é a ação.
E o que separa quem age de quem empurra com a barriga é a mentalidade.
O problema da acomodação não é apenas a inércia, mas a maneira como ela engana.
O sujeito está insatisfeito, mas não muda nada.
Ele sente que deveria estar fazendo mais, mas não faz.
Ele sabe que poderia melhorar, mas adia as mudanças.
E qual é a desculpa?
"Agora não é o momento certo."
"Depois eu corro atrás."
"Mês que vem eu compenso."
"Esse ano foi difícil, mas ano que vem eu resolvo."
A ilusão de que sempre haverá tempo sobrando destrói carreiras.
No mercado financeiro, eu já vi isso acontecer várias vezes.
Essa é a diferença entre quem cresce e quem fica para trás.
Entre quem assume o controle e quem fica dependendo da sorte.
Se você está insatisfeito com o que tem hoje, precisa mudar algo na sua forma de agir.
Não adianta esperar que as circunstâncias mudem por conta própria.
Isso significa:
Parar de perder tempo com distrações que não agregam.
Ser mais eficiente no trabalho, ao invés de apenas estar presente.
Buscar novas formas de prospectar, vender, crescer.
Pessoas que crescem são aquelas que se recusam a viver no piloto automático.
Somos Avaliados o Tempo Todo
Se você trabalha em um lugar onde há liberdade para que cada um entregue resultado do seu jeito, parabéns.
Você está no melhor dos mundos.
Mas essa liberdade vem com um alerta: você está sendo avaliado o tempo inteiro, mesmo que ninguém esteja dizendo nada.
A pessoa que chega tarde e sai cedo pode até achar que "ninguém liga".
Aquele que passa tempo demais no café pode achar que "ninguém nota".
O profissional que enrola na hora de prospectar novos clientes pode pensar que "está tudo certo".
Mas os líderes estão vendo.
Os colegas de trabalho estão vendo.
Os sócios estão vendo.
E, mais importante que tudo, o mercado está vendo, porque os números falam.
E se os seus números não estão crescendo, se a sua entrega não está aumentando, se os seus resultados não estão melhorando, então a sua autonomia não está sendo bem utilizada.
E aí vem o choque de realidade: quem não se mexe, é movido.
Quem usa a autonomia para crescer, prospera.
Quem usa a autonomia para enrolar, mais cedo ou mais tarde, perde espaço para quem está disposto a fazer mais.
Ser "neutro" não é suficiente.
Quem não se destaca, desaparece.
No mercado, não há espaço para quem faz o mínimo.
Quem se acomoda, mais cedo ou mais tarde, perde espaço para quem está disposto a fazer mais.
E quando percebem que foram “deixados para trás”, se sentem “passados para trás”.
Mas a verdade é que a vida observa em silêncio.
Quando chega a hora da colheita, você só pode colher o que plantou.
E aqui entra outro ponto crítico: a falta de autorresponsabilidade.
Quando a pessoa percebe que está ficando para trás, qual é a primeira reação?
Culpar os outros.
"O chefe não motiva o time."
"A empresa não dá suporte suficiente."
"O mercado está difícil."
É sempre alguém ou alguma coisa que está impedindo o crescimento.
O que ninguém fala é que, muitas vezes, o maior inimigo do seu crescimento é você mesmo.
Você está realmente aproveitando sua autonomia da melhor forma?
Você está entregando tudo o que pode ou só o mínimo necessário para manter seu emprego?
Você está crescendo ou apenas sobrevivendo?
Essas são perguntas que poucos têm coragem de responder com sinceridade.
A Importância do Bom Senso e da Retribuição
Agora, vamos falar sobre retribuição.
Se você está em um ambiente onde recebe autonomia, onde há pessoas que apostam no seu crescimento, que oferecem suporte, estrutura, conhecimento, salário, oportunidades... o que você está fazendo para retribuir?
Isso não significa apenas ser grato.
Significa agir de forma que demonstre que você valoriza o que recebeu.
Se um líder investiu em você, se te deram oportunidades, se te ofereceram um caminho para crescer, o que você está fazendo para honrar isso?
Retribuição não é só uma questão de caráter.
É uma questão de inteligência.
Afinal, quem entrega mais sempre recebe mais.
E quem acha que pode seguir empurrando com a barriga descobre, cedo ou tarde, que o mundo não tem espaço para acomodados.
O mundo se divide entre os que fazem acontecer e os que só pegam carona e esperam que os outros resolvam.
Mas, quem carrega o piano uma hora cansa.
E quando isso acontece, quem estava sentado nele também cai.
Se você não está entregando o suficiente, é questão de tempo até ser substituído por alguém que esteja.
O mercado não premia quem se acomoda.
Se você quer mais dinheiro, mais crescimento, mais conquistas, a única pergunta que importa é:
O que você está fazendo para isso?
A resposta define o seu futuro.
Até a próxima,
Gus
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(1) O que estou lendo agora? 📕
O almanaque de Naval Ravikant: Um guia para a riqueza e a felicidade
Nesta curadoria de suas reflexões mais perspicazes e pungentes, Naval nos mostra que ser autêntico ― abraçando nossos interesses mais particulares, aqueles que nos tornam únicos ― não é apenas o caminho para a riqueza, mas também para a felicidade.
(2) Me assista tocando essa música 🪕
Samba de Zeca Pagodinho eternizado na voz da madrinha do samba, Beth Carvalho.
(3) O que estou assistindo? 🎥
O filme "Lobos", disponível no Apple TV+, é estrelado por George Clooney e Brad Pitt. A trama gira em torno de dois solucionadores rivais que se unem para encobrir um crime de grande repercussão em Nova York, enfrentando desafios e suas próprias diferenças durante a noite conturbada. O filme é uma comédia de ação que combina adrenalina e humor, e foi um dos lançamentos mais aguardados na plataforma.
(4) O que estou ouvindo? 🎧
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A música brasileira interpretada pelos grandes violonistas do país.
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