Dois caminhos para a mesma prisão

Hoje eu vou falar de um padrão silencioso que prende muita gente talentosa e trabalhadora na mediocridade.

E talvez ele esteja prendendo você agora.

Não é fácil ouvir isso, mas é muito pior viver sem perceber.

Algumas pessoas vivem como se a vida fosse um parque de diversões.

Estão sempre procurando o próximo brinquedo, a próxima curva, o próximo frio na barriga.

Outras vivem como se a vida fosse um cofre.

Só abrem a porta quando têm certeza absoluta do que vai acontecer depois.

Nos dois casos, o resultado costuma ser parecido: frustração.

Eu já vi isso no mundo dos negócios, dos investimentos, nas relações e dentro de mim.

A busca por variedade, no sentido de estar sempre fazendo algo novo e excitante, é prima-irmã da incapacidade de ficar no jogo o tempo suficiente para colher os frutos.

E a busca por certeza absoluta — aquela mania de só agir quando “tudo estiver garantido” — é uma receita infalível para não sair do lugar.

No fundo, essas duas necessidades são vícios disfarçados de virtudes.

Quem busca variedade o tempo todo se convence de que está “aproveitando a vida”.

Quem busca certeza o tempo todo se convence de que está “sendo prudente”.

Mas, na prática, os dois estão apenas fugindo do desconforto inevitável de construir qualquer coisa de valor.

O trabalho que enriquece é o trabalho repetitivo

Existe um mito romântico de que o sucesso vem de momentos brilhantes, ideias geniais e grandes viradas.

Eu mesmo já acreditei nisso.

A verdade é mais entediante: o que constrói fortuna, patrimônio e liberdade é um conjunto pequeno de ações repetidas centenas de vezes, por anos.

E isso é chato pra caramba.

No meu mundo, é olhar carteira de cliente, revisar estratégia, ajustar recomendação, refazer projeções, preparar reuniões.

De novo.
E de novo.
E de novo.

Não tem glamour nem adrenalina todo dia, mas é assim que um patrimônio cresce.

E se a sua necessidade de variedade for muito alta, você vai sabotar isso.

Vai trocar o tédio produtivo por uma falsa excitação improdutiva.

E vai perceber tarde demais que o preço foi alto.

Ganhos secundários: o autoengano que mantém você no mesmo lugar

Mas existe um segundo inimigo, mais sorrateiro, mais difícil de perceber: o ganho secundário.

É quando você deixa de fazer algo bom para você porque, de alguma forma, existe um “benefício” escondido em não fazer.

O exemplo mais óbvio é gente que não empreende ou não investe de forma mais agressiva porque, assim, nunca corre o risco de falhar publicamente.

A lógica é mais ou menos essa: “Se eu não tento, eu não me frustro. Se eu não me frustro, eu fico seguro”.

Outro exemplo: aquela pessoa que não quer ganhar mais dinheiro porque, se ganhar, vai ter que dizer “não” para mais gente.

Ou porque teme que isso mude a dinâmica em casa.

Ou porque teme perder a desculpa perfeita para que outros continuem ajudando financeiramente.

Esse é o tipo de armadilha que mantém talentos enterrados, negócios estagnados e vidas pela metade.

E pensa numa armadilha confortável!

O ganho secundário é sempre confortável.

Ele cria uma sensação de controle, de segurança.

Mas, na prática, é só uma jaula invisível.

Eu mesmo já adiei um investimento claro, óbvio, porque “não era o momento perfeito”.

O que eu estava dizendo, no fundo, era: “Eu quero controlar tudo. Quero garantir que nada dê errado. Quero 100% de certeza antes de agir”.

Sabe quando esse momento chega?

Nunca.

E sabe o que acontece quando você adia indefinidamente uma ação boa porque ela não é perfeita?

Você passa a vida inteira colhendo resultados medianos e culpando o mercado, o governo, a economia ou qualquer outra coisa.

Você não controla o mundo (e nem precisa)

Essa é a parte mais libertadora e mais difícil de aceitar: você não controla nada fora de você.

Não controla o mercado, nem seu concorrente, nem seu chefe, nem seu cliente.

E, sim, isso também vale para sua família.

Você só controla SUAS decisões e SUAS ações.

Se você esperar para agir até sentir que controla o resto… vai passar a vida inteira esperando.

Agora vem o pulo do gato.

Quer destravar de vez?

Pare de trabalhar apenas por um número na conta.

Escolha alguém.

Uma pessoa.

E decida que é por ela que você vai fazer isso dar certo.

Pode ser seu filho, sua esposa, seu marido, um irmão, um amigo… não importa.

Mas que seja concreto.

Quando você atrela um objetivo a uma pessoa real, a conversa interna muda.

O projeto deixa de ser sobre “se vai dar certo ou não” e passa a ser sobre “não posso falhar com essa pessoa”.

E isso muda a forma como você enfrenta o desconforto, o medo e o tédio.

Um convite para agora

Você já sabe qual é o seu próximo passo no trabalho, nos investimentos ou na sua vida pessoal.

Não falta informação ou clareza.

O que falta é parar de buscar emoção onde não precisa e parar de buscar certeza onde ela não existe.

A vida não vai esperar você se sentir pronto.

O patrimônio que você quer construir não vai se fazer sozinho.

E as pessoas para quem você diz que está fazendo tudo isso… não vão esperar para sempre.

Hoje é dia de agir.

Sem variedade desnecessária, sem certeza absoluta e sem ganho secundário.

Só ação.

Até a próxima,

Gus

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Hora de estruturar o próximo capítulo

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🌿 O que alimenta a minha mente

Gosto de acreditar que o que consumimos molda o que construímos.
Livros, filmes, músicas — tudo o que alimenta a mente e o espírito também influencia nossas escolhas, nosso olhar e a forma como deixamos nossa marca no mundo.
Por isso, compartilho aqui um pouco do que tem me inspirado nos bastidores.

📚 Lendo:

• Leia para Liderar — Jeff Brown e Jesse Wisnewski

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🎥 Assistindo:

• Dept. Q — Netflix

  Se você curte crime psicológico com atmosfera intensa e personagens conflitantes, assista. A série acompanha o detetive Carl Morck (Matthew Goode), que volta ao trabalho após um tiroteio traumático e lidera uma equipe improvável num porão em Edimburgo. O caso é desvendar o sumiço de uma promotora há quatro anos. É sombria, tensa e tem um clima noir escocês que segura a atenção do começo ao fim.

🎧 Ouvindo:

• Música Clássica para Concentração — Apple Music Classical

  Manter o foco pode ser uma tarefa difícil. Com tantas distrações, é sempre bom lembrar o quão clara e precisa é a música clássica. Suas melodias se tornam um aliado decisivo para manter a atenção nas tarefas, sejam elas ler, escrever, cozinhar, estudar ou trabalhar.