O problema é o cozinheiro, não o fogão

Vida & Lucros | Edição #014

Seus pensamentos e suas ações são os motivos pelos quais você está onde está agora. Portanto, é razoável suspeitar de ambos.

Grant Cardone

Nas últimas semanas, tenho experimentado uma situação controversa na assessoria de investimentos.

Hoje, tenho uma das maiores carteiras de patrimônio sob assessoria do escritório, e grande parte desse dinheiro investido é de clientes PJ (pessoa jurídica).

Em geral, empresas costumam investir montantes muito superior ao de pessoas físicas.

O lado bom disso é que elas me ajudam a crescer o patrimônio sob assessoria, e até a bater metas de captação de recursos quando preciso.

O lado negativo é que as PJs tem sua própria dinâmica de fluxo de caixa, e muitas vezes os resgates prejudicam o atingimento das metas.

É o caso agora.

Em fim de semestre, empresas geralmente fazem grandes remessas de recursos à matriz no exterior, pagam bônus e dividendos aos acionistas, entre outros compromissos.

E esse movimento de altos saques acaba drenando recursos da minha carteira, trazendo uma volatilidade difícil de administrar.

Por muito tempo, achava que a culpa não era minha.

Pensava que o fato de eu ter trazido essas grandes companhias para dentro do escritório era só motivo de vitória, sem um pingo de responsabilidade sobre as derrotas.

Quando situações como essa aconteciam, me acostumei a culpar sempre os próprios clientes por terem realizado os saques ou a época do ano, por ser de maior saída de recursos.

A verdade é que sempre havia uma explicação (e realmente há), mas o problema passava longe de ser eu.

Todavia, de uns tempos pra cá fui caindo na real e assumindo a responsabilidade por esses acontecimentos.

Se eu tivesse me dedicado a captar mais clientes com grande patrimônio líquido (PL) para investimentos, a saída de alguns não impactaria tanto o resultado da minha carteira.

Se eu tivesse buscado entender melhor o fluxo de caixa dos meu clientes PJ, poderia buscar formas de minimizar o efeito de grandes resgates no atingimento de metas da minha empresa.

Enfim, são vários os motivos que me colocaram nessa situação e cabe exclusivamente a mim resolvê-los.

Desde então, sempre me questiono sobre como posso agir para que essa situação não se repita.

E, mais do que isso, busco colocar em prática esse plano de ação.

Chegar a uma conclusão dessas não foi nada fácil, mas assumir a responsabilidade e culpa por tudo o que acontece em minha vida tem sido um exercício que busco praticar todos os dias.

Confesso que para um fleumático com traços de melancólico como eu, é uma dura tarefa, mas libertadora e reconfortante ao mesmo tempo.

Independentemente de qual seja o seu temperamento, sugiro fortemente que também passe a praticar a autorresponsabilidade.

O problema é o cozinheiro, não o fogão 

Muitas vezes, tendemos a culpar as circunstâncias ou outras pessoas pelos nossos fracassos e dificuldades.

Mas será que o problema está realmente fora de nós?

Quase todos os problemas que as pessoas enfrentam em suas carreiras e outros aspectos da vida - como dietas e casamentos que não deram certo e problemas financeiros - são resultados de ações insuficientes.

Grant Cardone

Eu acredito que as pessoas que costumam alcançar algum nível de sucesso precisam dar grandes passos, mas é impossível conquistar grandes coisas quando se vive dando desculpas, sem assumir a responsabilidade por elas.

O que quer que esteja acontecendo na minha vida, de bom ou de ruim, foi causado por mim.

Coisas acontecem por causa de algo que eu fiz ou deixei de fazer.

Simples assim.

Entender isso me trouxe uma sensação muito maior de poder e controle sobre a minha própria vida, sem esperar nada em troca.

O segredo é parar de culpar qualquer outra pessoa ou circunstância por nossos fracassos.

Trazendo as situações da vida para essa perspectiva, nós deixamos de ser pessoas que sofrem as ações e passamos a ser aquelas que agem, e isso muda tudo.

Grant Cardone, no trecho a seguir, retirado do livro "10X - A Regra que Faz a Diferença Entre o Sucesso e o Fracasso", enfatiza a importância de assumir o controle da própria vida para alcançar o sucesso:

"Aqueles que adotam a posição de vítima adoram dizer que não têm nada a ver com o azar e as inconveniências que acontecem com elas.

Existem quatro fatores consistentes na vida de uma vítima:

(1) coisas ruins acontecem com elas;

(2) essas coisas acontecem sempre;

(3) elas estão sempre envolvidas e;

(4) a culpa é sempre de outra pessoa ou coisa.

Pessoas de sucesso têm o comportamento oposto e você também deve ter: tudo o que acontece na sua vida é um resultado de sua própria responsabilidade e não simplesmente resultado de uma força exterior.

Isso vai movê-lo a procurar formas de sair da situação e assumir o controle para que coisas ruins não 'aconteçam' com você no futuro.

Comece a se perguntar, após cada evento desagradável: 'o que posso fazer para reduzir as chances disso acontecer novamente - ou até garantir que não aconteça novamente?"

A importância da autorresponsabilidade

Autorresponsabilidade é a capacidade de assumir a responsabilidade por nossas ações e escolhas.

É a habilidade de reconhecer que somos os principais responsáveis pelos resultados que obtemos na vida, sejam eles bons ou ruins.

Paulo Vieira, em "O Poder da Autorresponsabilidade", reforça essa ideia.

Você é o único responsável pelo seu sucesso e pela sua felicidade. Não são as circunstâncias, o governo, ou outras pessoas que determinam o seu destino.

Paulo Vieira

O livro "Responsabilidade Extrema: Como os Navy Seals Lideram e Vencem", de Jocko Willink e Leif Babin, é um de meus favoritos quando o assunto é liderança e autorresponsabilidade.

Dentre as muitas valiosas lições, destaquei o trecho importante a seguir:

"Entre os muitos líderes excepcionais a que servimos em nossas carreiras militares, o diferencial que os levou à excelência foi exercer o domínio absoluto - responsabilidade extrema - não apenas pelos que eram responsáveis, mas por tudo que influenciava a missão.

Esses líderes assumiam toda a responsabilidade.

Não arranjavam desculpas.

Em vez de reclamar de dificuldades ou contratempos, desenvolviam soluções para os problemas. 

Eles alavancavam ativos, relações e recursos para concluir o trabalho. Silenciavam os próprios egos em rol da missão e de suas tropas.

Esses líderes realmente lideravam."

Ao assumirmos a responsabilidade por nossas vidas, ganhamos o poder de transformá-las.

Bata no peito e assuma a responsabilidade

Aposto que você conhece pessoas que constantemente culpam as circunstâncias ou outras pessoas por seus problemas.

Há grandes chances de você ser uma delas, inclusive.

Eu também, mas tenho lutado para que não seja.

Esses indivíduos tendem a viver vidas frustradas e insatisfeitas.

São pessoas que, por exemplo, trabalham há anos em uma empresa, mas estão insatisfeitas com seu salário e suas condições de trabalho.

Elas acreditam que a empresa é a única culpada por sua falta de progresso e, por isso, em vez de buscar oportunidades para se desenvolver, aprender novas habilidades ou procurar um emprego melhor, preferem reclamar e culpar seus chefes, abraçando a estagnação.

São estudantes que constantemente falham em suas provas.

Eles creem que os professores são injustos e que o curso é muito difícil.

Em vez de dedicarem mais tempo aos estudos, buscarem ajuda ou melhorarem suas técnicas de aprendizado, culpam o sistema educacional e comprometem seu futuro profissional.

Quando as pessoas param de inventar desculpas e de culpar os outros, e dominam tudo em suas vidas, são obrigadas a agir para resolver seus problemas.

São melhores líderes e seguidores, membros de equipe mais confiáveis e contribuintes mais capazes de buscar a realização da missão com todo o vigor.

Porém, também são humildes - capazes de impedir que seus egos prejudiquem relações e prejudiquem a missão e a equipe.

Jocko Willink

Assumir a autorresponsabilidade é um processo que exige humildade, reflexão e ação, mas não há outro caminho para o sucesso.

Por isso, listei abaixo cinco dicas práticas para começar a assumir o controle da sua vida:

1. Reconheça seus erros: Em vez de procurar culpados, olhe para suas próprias ações e identifique o que você poderia ter feito de diferente para evitar ou corrigir a situação.

2. Desenvolva uma mentalidade de crescimento: Acredite que você pode aprender e melhorar. Adote a mentalidade de que todos os problemas têm solução e que você é capaz de encontrar essa solução.

3. Estabeleça metas claras: Defina objetivos específicos e crie um plano para alcançá-los. Isso ajuda a manter o foco e a direção.

4. Aja proativamente: Não espere que as coisas aconteçam. Tome a iniciativa e busque oportunidades para melhorar. Sem agir, todo seu conhecimento é inútil.

5. Mantenha-se responsável: A autorresponsabilidade deve ser uma meta contínua. Crie mecanismos para monitorar seu progresso e ajuste seu curso conforme necessário.

Para concluir...

A autorresponsabilidade é fundamental para alcançar o sucesso e a felicidade. Ao assumirmos o controle de nossas vidas, podemos transformar nossas circunstâncias e criar um futuro melhor.

Lembre-se:

O problema não é o fogão, mas o cozinheiro.

Você tem o poder de mudar sua vida ao assumir a responsabilidade por suas ações e escolhas.

Aproveite esta reflexão para analisar onde você pode estar colocando a culpa em fatores externos e como pode começar a assumir mais responsabilidade pelo seu próprio destino.

O primeiro passo para o sucesso está em reconhecer que somos os principais responsáveis por nossas vidas.

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