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Na última sexta-feira, recebi em meu escritório duas pessoas que conheci há mais de dez anos.

Não nos falávamos há muito tempo, mas elas me seguem nas redes sociais e, pelo que vi, acompanham meu conteúdo.

Alguns dias antes, haviam me chamado no direct do Instagram (@ogustavopedroso) dizendo que queriam conversar sobre investimentos.

Combinamos para sexta-feira, no fim do dia.

Quando chegaram, percebi que traziam mais do que questões financeiras; traziam um pedido implícito, quase silencioso, mas muito claro para quem sabe escutar: “Precisamos confiar em alguém.”

Essa confiança era a ponte que me conectava ao passado delas e, possivelmente, ao futuro de suas decisões financeiras.

Elas já tinham uma carteira de investimentos.

Não era tão pequena, nem desorganizada.

Pelo contrário, era uma carteira rendendo acima do CDI, algo considerável num cenário de juros altos e volatilidade como o que vivemos no Brasil.

Mas, mesmo assim, elas queriam minha opinião, dizendo não estarem satisfeitas com a rentabilidade.

Confesso que, em situações como essa, hesito.

Não gosto de criticar o trabalho de outro profissional sem entender o contexto no qual ele foi realizado.

É fácil apontar o que está “errado” sem saber os porquês e os comos que levaram àquela construção.

Não é justo e, mais do que isso, não é ético.

Mas elas insistiram.

Abriam os aplicativos da corretora e me mostravam números e alocações.

Fiz o que podia: uma análise rápida e sincera.

Disse que a carteira não era ruim.

Estava rendendo bem, considerando o cenário, mas havia produtos que eu não recomendaria, que talvez não fossem os mais adequados para os objetivos delas.

Não estavam perdendo dinheiro, mas poderiam estar ganhando mais.

Deixei claro que precisaria analisar tudo com calma para dar um parecer mais profundo, se assim quisessem.

E aí, algo curioso aconteceu.

O assunto “investimentos” esfriou, e começamos a falar de outras coisas: vida pessoal, família, planos para o futuro.

Foi nessa mudança de tom que percebi algo crucial: elas não estavam ali apenas por causa de números ou estratégias.

Não era a rentabilidade que as incomodava, mas a falta de confiança no profissional que cuidava do patrimônio delas.

Precisavam de alguém em quem confiar.

Nesse momento, me lembrei por que faço o que faço.

Mais do que escolher produtos ou montar carteiras, o papel de um assessor de investimentos é ser uma âncora em tempos de incerteza, um orientador em momentos de dúvida.

É ser aquela pessoa que ajuda a evitar decisões impulsivas quando o mercado está caótico, ou quando os problemas da vida pessoal ameaçam transbordar para as finanças.

Elas estavam buscando isso: alguém que pudesse unir conhecimento técnico e confiança, alguém que as ajudasse a navegar pelas complexidades do mercado e, ao mesmo tempo, a lidar com seus próprios medos e incertezas.

E sabe por quê?

Porque é isso que bons assessores de investimentos fazem todos os dias.

Quantas vezes um cliente me ligou empolgado para investir em uma ação que estava “bombando”, e eu sugeri cautela, explicando que o risco de entrar no momento errado poderia custar caro?

Quantas vezes já me perguntaram sobre um investimento que parecia “a oportunidade do ano”, e eu precisei explicar que, sem entender os fundamentos e a estratégia por trás, o mais seguro era não seguir a manada?

Quantas vezes um cliente já quis investir parte relevante de seus recursos em um produto de longo prazo, e eu o lembrei de que ele precisaria de liquidez para lidar com imprevistos, como despesas médicas ou um projeto familiar importante?

Ou quantas vezes precisei explicar que, mesmo com um retorno menor, era mais prudente diversificar, protegendo o patrimônio contra os altos e baixos do mercado?

E quantas vezes fui procurado por alguém que queria resgatar todo o seu dinheiro por medo de uma crise iminente, e precisei mostrar com dados e paciência que os piores momentos, muitas vezes, são também os melhores para manter a calma e seguir no jogo?

Em todas essas ocasiões, eu poderia simplesmente ter concordado, feito o que me pediam e, no processo, ganhado um bom dinheiro.

Mas não é assim que se constrói uma relação de longo prazo na assessoria de investimentos.

Preferi ser honesto, colocar os interesses deles acima de qualquer benefício imediato para mim, porque acredito que a confiança e a transparência são os alicerces de qualquer parceria duradoura.

A relação que construo com meus clientes vai muito além da escolha de produtos ou estratégias.

Ela está pautada na ética e na transparência.

Não vendo ilusões nem promessas fáceis.

Faço questão de alinhar expectativas com a realidade, mesmo que, em alguns momentos, isso signifique contrariar o entusiasmo ou a ansiedade de quem me procura.

Porque meu compromisso é maior do que qualquer comissão.

Ele é sobre pessoas, sobre ajudar alguém a construir um futuro financeiro mais seguro, com decisões pautadas pela razão e não pelo desespero.

É estar lá quando as emoções ameaçam tomar conta, quando as manchetes do jornal gritam crises, ou quando a vida simplesmente acontece.

É ser um parceiro de longo prazo, alguém que diz: “Eu estou aqui para te ajudar.”

E ali, naquela conversa que começou falando de investimentos, mas terminou falando de confiança, ficou claro que o maior retorno que um assessor pode oferecer não está na carteira de investimentos, mas na relação que constrói com seus clientes.

É isso que faz toda a diferença.

E você?

Seu assessor de investimentos inspira confiança e está ao seu lado para as decisões importantes da vida?

Se a resposta não é clara, talvez seja hora de refletir sobre o que você espera de quem cuida do seu patrimônio.

Se quiser conversar mais sobre isso, estou à disposição.

Até a próxima,

Gus

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