Quem eu deixo de ser quando deixo de agir?

Vida & Lucros | Edição #079

Há dias em que nada parece estar errado, mas também nada nos move.

O mundo lá fora continua girando, as pessoas seguem avançando, negócios são fechados, projetos caminham, mas por dentro existe uma sensação de estagnação.

Não é falta de tarefas, de decisões ou de responsabilidades.

Elas estão todas ali, olhando para você, esperando sua vez na fila.

O que falta é a vontade.

É como se a alma entrasse em estado de economia de energia, querendo poupar cada gesto, cada esforço, cada escolha.

Você faz o mínimo para atravessar o dia, resolve o que é mais cômodo, evita o que exige mais de você.

E sabe, no fundo, que essa economia não é de energia, mas de vida.

Esse estado não chega de repente, não aparece com um aviso claro.

Ele se instala devagar, como uma neblina que encobre a estrada sem que você perceba exatamente quando ela começou a cair.

Primeiro tira o gosto pelo esforço, depois esfria a alma, e aos poucos rouba o sabor da vida.

Você se vê preso em uma tristeza vaga, um cansaço que não é físico, uma resistência silenciosa a tudo que poderia colocar em movimento.

E a cada dia que você deixa passar nesse estado, o preço se acumula.

Mesmo sem perceber, você começa a aceitar viver no mínimo, a se contentar com menos do que nasceu para ser.

Quando deixo de agir, quem eu deixo de ser?

Essa, pra mim, é a pergunta mais incômoda de todas.

Porque cada vez que eu escolho não agir, não estou apenas deixando de fazer algo.

Estou abrindo mão de uma versão minha que poderia nascer, e o que sobra é só uma versão reduzida de quem eu poderia ter sido.

O ser humano foi feito para o movimento.

Tudo que não se movimenta, estraga. 

A água que não corre apodrece.

O ferro parado enferruja.

O músculo que não é usado enfraquece.

Esperar sentir vontade é uma armadilha.

Quantas vezes você já se convenceu de que começaria “quando tivesse mais energia”, “quando a inspiração viesse”, “quando as coisas acalmassem”?

E assim os dias viram semanas, as semanas viram meses, e a vida segue sem que você perceba o tempo escorrendo por entre os dedos.

O que era para ser uma espera curta vira um hábito.

O futuro que parecia logo ali nunca chega.

E não porque ele não exista, mas porque não foi construído.

O que quebra essa armadilha é agir antes de sentir vontade.

Um gesto pequeno rompe a inércia.

Uma escolha abre espaço para outra.

A constância desses pequenos atos constrói uma alma forte. 

E de repente você percebe que a motivação nunca foi ponto de partida, mas consequência do movimento.

Para mim, tudo isso é sobre identidade.

Cada decisão não é apenas sobre o que você faz, mas sobre quem você se torna.

Quando ajo, mesmo cansado, mesmo sem vontade, estou dizendo a mim mesmo que sou alguém que não se rende ao mínimo.

Quando me paraliso, cedo espaço para uma versão menor de mim. 

É por isso que o não agir nunca é neutro.

Ele tem sempre um custo.

Aliás, nada grande nasce sem custo.

Dizer não ao consumo por impulso e guardar dinheiro para investir.

Dizer não ao sedentarismo, mesmo que o sofá seja mais tentador.

Dizer não ao convite que desvia você do que é essencial, mesmo que pareça agradável.

Cada não ao conforto imediato é um sim ao futuro que você quer viver.

Exemplos simples que me veem à mente agora escancaram isso.

Você pula o treino de hoje e parece pouco.

Mas não é só o treino que perdeu, é o corpo que poderia estar mais saudável daqui a um ano.

Você evita conversar sobre um problema com seu cônjuge e parece paz no curto prazo.

Mas o silêncio é o tijolo de um muro que cresce entre vocês.

Você decide não ligar para aquele cliente e parece que evitou um incômodo.

Mas pode ser a diferença entre manter e perder um relacionamento importante.

Em cada “não agir” existe um “não ser”.

Quando você escolhe agir, mesmo sem vontade, cria espaço para o sentido aparecer.

É como numa corrida: os primeiros metros são pesados, a respiração falha, o corpo reclama.

Mas depois, quando você já está em movimento, a respiração entra em ritmo, o corpo aquece, e até o prazer aparece.

A vida não é diferente.

O movimento antecede o sentimento.

O fazer aquece a alma.

E cada passo pequeno é uma reafirmação: eu não vou me deixar reduzir.

Essa espera constante pelo “um dia” é o que mais rouba identidades.

Um dia eu vou aprender inglês.

Um dia eu vou guardar dinheiro.

Um dia eu vou cuidar da saúde.

Um dia eu vou dar mais atenção à minha família.

Esse dia não chega sozinho.

O futuro é fabricado pelas decisões de hoje.

A cada não agir, você adia não apenas a tarefa, mas a pessoa que poderia nascer a partir dela.

E aqui a pergunta volta: quem eu deixo de ser quando deixo de agir? 

A diferença não será visível em um dia, mas olhe para trás depois de cinco ou dez anos.

Quem você teria sido se tivesse agido quando não sentia vontade?

Quem você será daqui pra frente se continuar esperando a hora perfeita?

O tempo não devolve as oportunidades desperdiçadas.

Você nasceu para mais do que sobreviver no mínimo.

Nasceu para se mover, para crescer, para se tornar.

E a cada vez que você age sem vontade, prova para si mesmo que é maior do que suas emoções passageiras.

Não espere sentir.

Escolha agir.

Até a próxima,

Gus

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