Tenha metas e seja medíocre!

Vida & Lucros | Edição #004

"Pelo título, então, não devemos ter metas, Gustavo?", você deve estar pensando!

Calma, não é bem assim.

Você vai entender...

A arte de estabelecer metas é, sem dúvida, uma das ferramentas mais poderosas para alcançar sucesso e realização, seja na vida pessoal ou nos negócios.

Mas, como toda ferramenta poderosa, se mal utilizada, pode acabar mais atrapalhando do que ajudando.

Na edição de hoje, vamos entrar no universo das metas, explorando tanto os seus encantos quanto os possíveis espinhos escondidos pelo caminho.

Por que as metas são importantes?

Ter metas em nossa vida é fundamental por diversas razões.

Elas atuam como bússolas que nos guiam através dos mares turbulentos da existência (profundo isso, não?!).

Eu trouxe aqui algumas das razões pelas quais considero que estabelecer metas é tão importante:

Direção e Foco

Metas nos proporcionam direção.

Em um mundo cheio de distrações e possibilidades, saber exatamente o que queremos alcançar nos ajuda a manter o foco, direcionando nossas energias e tempo para o que realmente importa.

Sem metas, é fácil se perder em atividades que não contribuem para nosso progresso ou felicidade.

Motivação

Metas servem como fonte de motivação.

Quando estabelecemos objetivos claros e alcançáveis, cada pequeno passo em direção a eles se torna uma vitória, aumentando nossa autoconfiança e desejo de continuar avançando.

Essa sensação de progresso é essencial para manter a motivação ao longo do tempo.

Superação de Procrastinação

Procrastinar é humano, mas metas podem nos ajudar a superar esse hábito.

Ao quebrar grandes objetivos em tarefas menores e mais gerenciáveis, a procrastinação se torna menos atraente.

A sensação de realização ao concluir essas pequenas tarefas nos incentiva a seguir em frente, reduzindo a tendência a procrastinar.

Melhoria Contínua

Metas nos encorajam a melhorar constantemente.

Ao estabelecer objetivos que desafiam nossas capacidades atuais, somos forçados a crescer e desenvolver novas habilidades.

Esse processo de aprendizado contínuo é fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Realização e Satisfação

Alcançar nossas metas traz uma profunda sensação de realização e satisfação.

Saber que fomos capazes de definir um objetivo, trabalhar arduamente por ele e alcançá-lo é extremamente gratificante.

Essas conquistas alimentam nossa autoestima e felicidade.

"Be water, my friend"

A citação no título acima é de Bruce Lee, em um de seus discursos mais conhecidos.

Nele, o mito das artes marciais fala da importância de sermos adaptáveis como a água, se quisermos sobreviver num mundo em constante transformação.

Nesse contexto, entendo que é importante ser flexível com nossas metas.

A vida é imprevisível e as circunstâncias podem mudar (e quase sempre mudam!).

Metas que eram relevantes um ano atrás podem não ser mais aplicáveis hoje.

A capacidade de ajustar nossos objetivos à medida que crescemos e aprendemos é tão importante quanto o próprio ato de estabelecê-los.

Em suma, ter metas é essencial para viver uma vida com propósito e significado.

Elas orientam nossas ações, motivam nosso progresso, ajudam a superar a procrastinação, incentivam nossa melhoria contínua e, finalmente, levam a uma sensação de realização e satisfação.

Com metas bem definidas, viver se torna mais intencional e gratificante.

O lado bom das metas

Primeiramente, vamos falar do lado bom, daquela energia contagiante que surge quando traçamos um objetivo.

Retomando o início desse texto, ter metas é como ter um mapa e uma bússola interiores.

Imagine você em uma viagem sem destino: explorar sem rumo pode ser divertido por um tempo, mas depois bate aquele vazio, uma sensação de que falta algo.

As metas nos dão esse destino, essa direção, e trabalhar para alcançá-las nos preenche de propósito.

Nos negócios, isso se traduz em equipes motivadas e alinhadas, todos remando para o mesmo lado, focados em atingir resultados específicos. As metas nos impulsionam, nos desafiam a ser melhores e a ir além.

Ação = movimento

Ação + metas = direção

Conquistar objetivos, dar check na lista de tarefas e realizar sonhos de vida são possíveis graças ao atingimento e à superação das metas traçadas.

O lado sombrio das metas

Agora, vamos dar uma olhadinha pelo outro lado do espelho.

Talvez você não saiba, mas sou sócio de um dos principais escritórios de assessoria de investimentos do país, a Cordier.

Além de assessor de investimentos, atualmente, uma de minhas principais atribuições na empresa é liderar uma equipe de mais de 20 pessoas.

No nosso negócio, quanto mais dinheiro sob nossa assessoria, mais dinheiro ganhamos, e essa é justamente a beleza de nossa profissão, financeiramente falando.

Para o assessor de investimentos, não há teto para o quanto se pode faturar.

Em contrapartida, no dia primeiro de cada mês, a contagem recomeça do zero e nos vemos diante de uma nova meta a ser superada.

Por isso, é importante que os clientes estejam satisfeitos com nosso atendimento e com a rentabilidade de suas carteiras.

Caso contrário, perdemos esse cliente para outros escritórios, prejudicando nossa receita.

É uma profissão difícil, sobretudo nos primeiros anos de carreira, até que o assessor consiga alcançar uma carteira minimamente relevante e que pague suas contas com tranquilidade.

Para mim, essa fase de arrebentação durou quase 2 anos.

Falei sobre isso na edição #002 da Vida & Lucros, que você pode ler clicando aqui.

No meu caso, cada assessor de investimentos tem suas próprias metas de captação de novos recursos.

Extrapolando esse tema para qualquer tipo de negócio, a questão é: até que ponto as metas nos ajudam a crescer, e quando começam a nos limitar?

Sim, porque, paradoxalmente, essa ferramenta projetada para nos lançar para frente pode, às vezes, se transformar numa barreira invisível.

Já ouviu aquela história do cavalo que, de tanto ficar preso à árvore com a corda no pescoço, mesmo estando solto, nunca saiu de lá?

É por aí...

Infelizmente, vejo que muitos profissionais usam as metas de maneira errada, da forma inversa ao que deveria ser, e acabam construindo carreiras medíocres ou desistindo por nunca conseguirem superar a tal fase de arrebentação de sua profissão.

O único jeito certo de encarar uma meta

Se eu tivesse que escolher uma única frase para representar a mensagem que quero passar neste texto, seria essa:

Encare a meta como um piso, não como um teto.

A meta deve ser o mínimo que você vai entregar, e a partir daí é que o jogo realmente deve começar.

Superar a meta deve ser seu "trabalho depois do trabalho".

É superando metas que você vai realizar sonhos, comprar sua casa, seu carro, viajar com a família, ter liberdade para escolher entre continuar naquele emprego ruim ou partir para outra.

Não é simplesmente "batendo metas" que isso vai acontecer.

Entenda: bater meta é o mínimo que a empresa espera de você e o mínimo que você deveria esperar de si mesmo.

Não é uma entrega extraordinária; é apenas sua obrigação.

A maioria das pessoas chegam na meta e descansam, ou fazem o mínimo necessário para apenas chegar até ela.

Nos negócios, isso é o mesmo que ir colocando o pé para fora da empresa aos poucos, sobretudo se você almeja um salário melhor, um cargo maior ou mesmo uma sociedade.

Entregando apenas a meta, a empresa pode até ficar satisfeita, mas provavelmente vai te manter na mesma posição pelo resto de sua carreira.

É uma mensagem dura, mas real.

Eu vivi isso em outros negócios e vivo no meu negócio atual.

Se ficarmos obcecados apenas em atingir um determinado objetivo, corremos o risco de nos fecharmos para outras oportunidades que possam surgir pelo caminho, oportunidades essas que poderiam nos levar ainda mais longe do que as nossas metas originais.

Se a meta é o seu teto (e não seu piso), é quase certo que não vai atingi-la com a frequência que deveria e, por isso, seus dias estão contados, seja você um trabalhador CLT ou dono do seu próprio negócio.

O princípio SMART

Metas irrealistas ou mal definidas podem ser uma fonte de frustração e estresse, minando nossa motivação e confiança.

Então, como criar metas da melhor forma possível, aquelas que realmente funcionam como trampolins para o sucesso e não como tetos que nos limitam?

A chave está em estabelecer metas SMART: específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais.

Isso significa que suas metas devem ser claras e diretas, possíveis de serem medidas, realistas, significativas para você ou para o seu negócio, e com um prazo definido para serem alcançadas.

Para exemplificar, vou trazer a utilização do princípio SMART para um campo que eu adoro e que tenho propriedade para falar: os investimentos.

Aplicar o princípio SMART nos investimentos é uma maneira inteligente de garantir que suas decisões financeiras estejam alinhadas com seus objetivos de vida e expectativas de crescimento.

Vamos ver como isso pode ser feito na prática, através de exemplos concretos:

  1. Específica

  • Meta vaga: Quero ganhar mais dinheiro investindo.

  • Meta SMART: Quero aumentar meu portfólio de investimentos em ações em 10% até o final do ano, concentrando-me em setores de tecnologia e energia renovável.

  1. Mensurável

  • Meta vaga: Pretendo poupar mais dinheiro.

  • Meta SMART: Vou investir R$ 500,00 por mês em um fundo de índice (ETF) que acompanha o S&P 500, verificando o progresso trimestralmente para ajustar o valor, se necessário, com o objetivo de alcançar R$ 6.000,00 investidos até o final do ano.

  1. Alcançável

  • Meta vaga: Quero dobrar meu dinheiro em um ano.

  • Meta SMART: Com base no meu perfil de risco, vou diversificar meus investimentos entre ações, títulos do governo e fundos imobiliários, buscando um retorno anual de 6% acima da inflação e de 8% sobre o capital investido.

  1. Relevante

  • Meta vaga: Vou começar a investir em algo.

  • Meta SMART: Como planejo comprar minha primeira casa em cinco anos, vou alocar 20% dos meus investimentos mensais em um fundo de investimento imobiliário (FII), que está alinhado com meu objetivo de longo prazo de adquirir patrimônio imobiliário.

  1. Temporal

  • Meta vaga: Desejo me aposentar com conforto.

  • Meta SMART: Vou contribuir com R$ 1.000,00 mensais para o meu plano de previdência privada, com o objetivo de alcançar R$ 300.000,00 em 20 anos, ajustando anualmente a contribuição com base na inflação e nos rendimentos, para garantir uma renda confortável na aposentadoria.

Acho que ficou claro, né?

Implementando metas SMART nos seus investimentos, você não só estabelece alvos claros e alcançáveis, mas também cria um roteiro que pode seguir e ajustar conforme necessário.

Essa abordagem ajuda a manter o foco, a motivação e, o mais importante, a manter suas decisões de investimento alinhadas com seus objetivos financeiros de longo prazo.

Ajuste. Refine. Avance. Continue a nadar.

Mas não para por aí.

Também é fundamental manter uma mente aberta e flexível.

À medida que avançamos, precisamos estar dispostos a ajustar nossas metas, refiná-las, e até mesmo mudar completamente de direção, se necessário.

Isso não é sinal de fracasso, mas de inteligência e adaptabilidade.

Além disso, é importante não deixar que as metas consumam toda a nossa energia e atenção.

Precisamos equilibrar a nossa dedicação às metas com outros aspectos da vida, como lazer, saúde e relacionamentos.

Afinal, o que adianta alcançar todos os objetivos profissionais se, no fim do caminho, nos sentirmos vazios e isolados?

Para concluir...

As metas são, sem dúvida, essenciais tanto para o desenvolvimento pessoal quanto profissional.

Elas nos fornecem direção, motivação e um senso de propósito.

No entanto, é crucial abordá-las com equilíbrio e flexibilidade, sempre abertos a novas possibilidades e caminhos.

Elas devem servir como trampolins, impulsionando-nos para frente, mas nunca como tetos que limitam o nosso crescimento.

E, ao nos preocuparmos tanto com elas, não podemos esquecer de viver o presente e aproveitar a jornada, pois, muitas vezes, é nela que encontramos as verdadeiras alegrias e aprendizados da vida.

Portanto, estabeleça suas metas, mas não se esqueça de levantar os olhos para o horizonte e apreciar a paisagem de vez em quando.

Afinal, a vida é uma viagem incrível e as metas são apenas parte do mapa.

Obrigado por ler até aqui!

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Até a edição #005,

Gus

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